Résumé: «Tintim era eu, com tudo o que em mim existe de necessidade de heroísmo, de coragem, de sinceridade, de malícia e de desembaraço. Era eu, e garanto-te que nem perdia tempo a perguntar a mim mesmo se agradava ou não aos miúdos. E os temas que escolhia, eram temas que me apaixonavam, sobre os quais havia algo a dizer, sobre os quais eu tinha algo a dizer», escreveu um dia Hergé.
Para lá da sua aparente simplicidade, As Aventuras de Tintim, que encantam várias gerações de leitores em todo o mundo, representam uma autobiografia indirecta, uma espécie de diário através do qual é possível ler todos os acontecimentos que marcaram Georges Remi ou Hergé, como ficou conhecido para a posteridade. Apoiando-se em várias fontes inéditas - especialmente nas notáveis cartas que Hergé escreveu à sua primeira mulher, Germaine Kieckens, e ao seu primeiro secretário, Marcel Dehaye, Benoît Peeters traça o retrato de um homem perturbado, fiel às suas amizades, e que a partir dos anos 40 quis pôr fim às aventuras do seu herói.